23 fevereiro, 2009

Como anda a sua saúde emocional?

Sempre que nos sentimos fisicamente doentes ou com algum desconforto, quase sempre acabamos procurando a ajuda de um médico, que ao administrar uma medicação espera-se obter alívio para o problema.
No entanto, muitos de nós sofremos sozinhos os males da mente. Sem nos questionarmos, vamos adoecendo de tristeza, nos sentindo solitários, incompreendidos, nos alimentando mal, amando pouco, passando horas da noite sem dormir ou dormido pouco, desanimados e deixando de fazer coisas que antes gostávamos. E você já reparou que nesse tipo de comportamento a pessoa quase sempre pensa de modo negativo? Não confia nas pessoas e nada esperando do futuro? Preferindo ficar longas horas sozinho? Porquê?
Em contrapartida, há tantas outras pessoas, que se irritam facilmente, estão sempre mal-humoradas, não se vinculam afetivamente, sentem-se solitárias e jamais procuram ajuda, porquê?
Você já se percebeu falando demais, com pensamentos múltiplos e velozes? Nunca se satisfazendo sexualmente, gastando todo o dinheiro que tem sem pensar nas conseqüências? Não tendo medo de nada, desafiando a tudo e a todos? Há os que gostam de tudo certinho. Seus pertences sempre estão rigorosamente alinhados e infeliz daquele que os tirar do lugar. Nunca sai de casa sem certificar-se diversas vezes se realmente fechou a porta, se desligou as lâmpadas e se fechou o registro do gás. Faz questão de manter-se fisicamente sempre limpo, para combinar com o seu ambiente que igualmente estará desinfetado, organizado e sem nenhum germe. Quase sempre está desconfiado, pensa que alguém deseja matá-lo envenenado ou de outra forma. Porquê ?
Você já presenciou alguém entrar em desespero quando está em lugares fechados? Ou em grandes alturas? Ou diante de águas? Que desmaia quando precisa tomar uma injeção ? Que se sente sufocado quando está na presença de público, ou de uma autoridade? O que tudo isso significa?
Para aliviar a ansiedade que esses tipos de comportamentos acarretam, muitos passam a fazer uso de bebidas alcoólicas em excesso, só dormem com o auxílio dos remédios, entregam-se excessivamente ao trabalho, e muitos outros preferem viajar por mundos desconhecidos e bizarros propiciados pelo uso de (drogas) ilícitas. E para estes últimos, libertar-se do uso das substâncias psicoativas (drogas) tornou-se um verdadeiro desafio.
É incrível, mas estes comportamentos revelam muito sobre você. Se estiver sofrendo com isso, faça uma avaliação psicológica. Prevenção é a saída!
Jorge Samaritano Fortes da Silva
Psicólogo Cognitivo
CRP 07/12934


Deixe brilhar a sua luz

O nosso melhor ou o pior de cada pessoa sempre irá transparecer em nosso olhar, em nosso tom de voz, em nossos gestos, em toda a nossa conduta, porque o corpo fala. Esta comunicação poderá ser consciente ou inconsciente e mais ... é contagiante!
Nossos pensamentos, nossa imaginação, nossas memórias e expectativas, são as responsáveis por nossas emoções. A alegria ou a tristeza é o resultado disso. A raiva, a ira amarga resulta em veneno para mente e corpo de quem a expressa e para quem a recebe .... todos perdemos com isso!!! A alegria, a calma, o bem estar é o elixir da vida ... é bom para quem a expressa e muito melhor para quem o recebe!
A decisão sempre será nossa. Deixe brilhar a sua luz!! Na forma de boas maneiras, bom humor, otimismo, confiança e muita fé!! Viva bem e deixe o outro viver!

Jorge samaritano fortes da silva
Psicólogo: CRP 07/12934

20 novembro, 2006

Anorexia/Bulimia saiba um pouco mais

Para enterdermos o que ocorre com o transtorno alimentar da anorexia/bulimia convém analisarmos o porque de sentirmos fome. Vejamos:
A fome e a sede são duas forças poderosas com repercussão imediata em nosso organismo. No cérebro, o hipotálano, através de mecanismos complexos, emite sinais de que está na hora de receber o alimento que fornecerá a energia e nutrição celular, necessários para o desempenho eficaz de funções vitais.
A fome biológica é desconfortável, dolorosa e implacável, só retrocede quando nos alimentamos adequadamente. É uma lei inexorável.
No entanto, para muitos de nós a ingestão de comida é procurada como tranqüilizante ou como fonte de prazer, diferente dos animais que só o fazem em resposta a fortes apelos biológicos.
Os transtornos alimentares ocorrem quando estes sinais do corpo deixam de ser respeitados.

Qual a origem dos transtornos alimentares?

"A anorexia e bulimia psíquica parecem ser transtornos de nossos tempos." Nos países ocidentais o padrão de beleza socialmente aceitos e valorizados são de mulheres magras e esguias. A mídia eletrônica invade os lares e as mentes humanas com imagens de "mulheres esbeltas" e que "estão com tudo" numa repetição impressionante. A leitura que muitas mulheres jovens fazem destas mensagens são de que a "aparência externa é muito mais importante que a identidade interna."
Embora fatores psicológicos e biológicos não devam ser desconsiderado na etiologia e patogênese dos transtornos alimentares, todos estes, se constituem elementos que produzem uma síndrome que reflete a cultura ocidental.

O que é anorexia e bulimia psíquica?

Anorexia: trata-se de um transtorno alimentar, caracterizado pela busca desenfreada de perda de peso, associado ao medo avassalador de engordar. Os enfermos não tem apetite e em muitos casos sentem repugnância pelos alimentos.

Bulimia: transtorno alimentar caracterizando-se pelo comer compulsivo seguido de praticas purgativas, com relativa predominância do peso. O enfermo experimenta uma sensação permanente de fome e a necessidade imperiosa de ingerir grandes quantidades de alimentos.

Características de personalidade suscetíveis à patologia:
Em geral são pessoas perfeccionistas, muito atenta a detalhes, extremamente dóceis e obedientes.

ASPECTOS COGNITIVOS:

Os pensamentos desenvolvidos pela pessoa anoréxica ou bulimica, são mágicos em relação a sua aparência, alimentação e peso. Acreditam que pequenos aumentos no peso, poderão progredir irreversivelmente para a obesidade. Que o açúcar ingerido será instantaneamente convertido em gordura armazenada. Que o vômito e a diarréia induzida por laxantes purificam o corpo.
Pensamentos obsessivos invadem suas mentes e cultuam um ideal de corpo; estes se tornam seletivos e aceitam somente os que fortalecem sua auto-imagem. Há uma flexibilidade no processamento da informação, desde que esta reforce sua crença de forma e peso. Pensamentos auto-condenátórios são rotineiros e experimentam uma perplexidade quando há perda de controle. Se frustrados assumem posturas resolutistas de "amanhã eu serei bom" , " ou é agora ou nunca."

ASPECTOS AFETIVOS:

Humor depressivo com aumento de ansiedade ou raiva, em especial, após o comer compulsivo seguido de purgação(bulimia). Vergonha e tendência a esconder os sintomas. Medo avassalador de engordar e auto-estima elevada quando magro. Nos estágios avançados da doença experimenta em seu intimo , desinteresse, indiferença e isolamento.

ASPECTOS COMPORTAMENTAIS:

Evitação de alimentos ou locais que estimulem o comer. Práticas comportamentais que provoquem o vômito, após o comer compulsivo; práticas de exercícios extensivos; procura por locais ou pessoas que reforcem favoravelmente seus ideais de aparência e peso; auto-disciplina centrada no seu ideal de auto-imagem.

SINAIS CORPORAIS:

Queixas de dores vagas no estômago ou mal-estar subjetivo, logo após as refeições. Amenorréia (interrupção do ciclo menstrual); hipotensão arterial, lentidão do pulso e da respiração. Resfriamento das extremidades.

CONSDERAÇÕES FINAIS:

Considerando-se os fatos sucintamente expostos sobre os transtornos alimentares, entende-se que a interação de fatores psicológicos, biológicos e expectativas culturais, constituem-se agentes precipitadores da anorexia e bulimia psíquica.
Com isso em mente, proponho alguns questionamentos: Que exemplos e valores pessoais e familiares, transmitimos para os nossos filhos? É sempre útil ensinar que a obediência cega é realmente bom? Sãos os valores socioculturais a única alternativa de escolha? É possível uma intervenção preventiva nesses agentes precipitadores da doença?

Atenção: Nos primeiros sintomas da doença, procure ajuda. Não se isole e não sinta vergonha.

BIBLIOGRAFIA:
Filho, Júlio de Mello – Psicopatologia Hoje. ARTMED. 1992, POA
Saikovskis, Paul M. – Fronteiras da Psicologia Cognitiva. Casa dos Psicólogos. 2005, POA.
Gabbard, Glen O – Psiquiatria Dinâmica. ARTMED. 1998, POA

31 agosto, 2006

Qual é a força dominante do seu pensamento?

Quando estamos pensando, o nosso cérebro libera agentes químicos poderosíssimos, que por meio de impulsos elétricos, nos permitem ficar mais conscientes da nossa existência e da realidade objetiva. Esta ação complexa do ato de pensar, irá impactar diretamente no nosso estado de ânimo e comportamento. Para ilustrar lembre-se das vezes em que você experimentou pensamentos negativos de raiva, tristeza ou contrariedades. Provavelmente o seu corpo respondeu a estes pensamentos de modo adverso, resultando em sentir-se bastante desconfortável, com músculos tensos, coração acelerado, sudorese, e até mesmo tontura. Isso aconteceu porque o seu cérebro liberou agentes químicos que ativaram o seu sistema límbico ( parte do cérebro responsável por nossas emoções). O contrário também é verdadeiro, quando você experimenta em seu íntimo, pensamentos positivos, de felicidade ou esperançosos, a ação desses elementos químicos resultarão numa sensação de euforia e bem estar físico.
Atualmente, muitos casos de depressão, podem ser o resultado de pensamentos negativos Quando as coisas não acontecem conforme planejamos ou ainda, quando nossas escolhas parecem estar erradas, muitas vezes começamos a castigar-nos com pensamentos tais como: "Eu não sou bom", "Eu sou uma falha total", ou "Não consigo fazer nada certo". Se estes pensamentos forem constantemente reforçados, poderão transformar-se numa crença negativa de si mesmo, das outras pessoas e do mundo. Por não conseguir demover esta crença/raiz, sentimentos negativos também serão experimentados, precipitando-se dessa forma, sintomas e sinais depressivos.

Para vencermos à depressão, precisamos interromper os pensamentos automáticos e substitui-los por pensamentos mais positivos, realísticos e racionais. Como podemos conseguir isso? É possível entender nossos sentimentos e comportamentos à partir do que pensamos? É possível modificar conceitos negativos a nosso respeito? Que elementos contribuem para que pensemos e nos comportemos de determinado jeito? As respostas para estas e outras perguntas, podem ser obtidas por meio de um acompanhamento psicológico.

A arte de não adoecer

(Dr. Dráuzio Varella)

Se não quiser adoecer - "Fale de seus sentimentos".
*Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: artrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia.
Se não quiser adoecer - "Tome decisão".
A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.
Se não quiser adoecer - "Busque soluções".
Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.
Se não quiser adoecer - "Não viva de aparências".
Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.
Se não quiser adoecer - "Aceite-se".
A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.
Se não quiser adoecer - "Confie".
Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.
Se não quiser adoecer - "Não viva sempre triste".
O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor" nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia*

22 agosto, 2006

O Abraço

ABRAÇO

Quando abraçamos a pessoa que amamos ou queremos bem, fazemos bem mais do que nos aproximar ... Este gesto quando bem motivado poderá traduzir-se em pensamentos ou palavras: eu me sinto protegido, aceito, seguro, amado, querido, importante, valorizado ... aquecido, saciado, alimentado, abrigado...

O Patrimônio de valor incalculável SOMOS TODOS NÓS! Possuímos o maravilhoso dom do amor, de transmitir e receber afeto, do dar e aceitar carinho, do abraço que cura ... que alimenta ... que manda embora nossos medos, que dá sentido a nossa existência, que nos dá o senso de pertencer ... que nos acolhe quando nos sentimos tristes, perdidos, desorientados, ou sós ...

NÃO ECONOMIZE SEU ABRAÇO ...Somos Todos muiltimilionários ... Possuímos os verdadeiros tesouros ... Carregamos num simples abraço diversos significados

Receba o meu Abraço!!!

Jorge Samaritano Fortes da Silva

Como estabelecer uma relação de ajuda


Para reflexão:

Comportamentos desejáveis para se criar uma relação de ajuda.

Questione-se:
Poderei ser de uma maneira que possa ser apreendida pela outra pessoa como merecedora de confiança, como segura ou consistente no sentido mais profundo do termo?
Não somente em termos de pontualidade, honestidade e guardar confidencias, mas ser capaz de expressar conscientemente pensamentos, sentimentos e a emoção que se está vivendo naquele momento?

Poderei ser suficientemente expressivo enquanto pessoa para que o que sou possa ser comunicado sem ambigüidades? Se estiver vivenciando uma atitude de irritação, ou um outro desconforto, serás capaz de expressar conscientemente isso para a outra pessoa? É capaz de ouvir o que se passa dentro de si e discernir corretamente seus sentimentos?

Serei capaz de vivenciar atitudes positivas para com o outro – atitudes de calor, de atenção, de afeição, de interesse e de respeito? Tem receio de expressar esses sentimentos na sua relação com o outro? Está propenso a estabelecer uma relação de distanciamento, de reserva ou profissionalismo?

Poderei ser suficientemente forte como pessoa para ser independente do outro? Serei capaz de respeitar corajosamente meus próprios sentimentos, minhas próprias necessidades, assim como as da outra pessoa? Poderei possuir e, se for necessário, exprimir os meus próprios sentimentos como alguma coisa que propriamente me pertence e que é independente dos sentimentos do outro? Serei bastante forte na minha independência para não ficar deprimido com sua depressão, assustado com o seu medo ou envolvido por sua dependência? O meu eu interior será suficientemente forte para sentir que eu não sou destruído por sua cólera, nem absorvido por sua necessidade de dependência, nem escravizado por seu amor, mas existo independente dele com sentimentos e com direitos que me são próprios?

Estarei suficientemente seguro no interior de mim mesmo para permitir ao outro ser independente? Serei capaz de lhe permitir ser o que é – sincero ou hipócrita, infantil ou adulto, desesperado ou presunçoso? Poderei dar-lhe a liberdade de ser? Ou sinto que ele deveria seguir os meus conselhos, ou permanecer um pouco dependente de mim, ou ainda tornar-me como modelo?

Poderei permitir-me entrar completamente no mundo dos sentimentos do outro e de suas concepções pessoais e vê-los como ele os vê? Poderei entrar no seu universo interior tão plenamente que perca todo desejo de avalia-lo ou julgá-lo? Poderei entrar com suficiente delicadeza para me movimentar livremente, sem esmagar significações que lhe são preciosas? Poderei compreender esse universo tão precisamente que apreenda, não apenas as significações das sua experiência que são evidentes para ele, mas também as que são só implícitas e que ele não vê senão obscura e confusamente? Poderei ampliar ilimitadamente essa compreensão?

Posso aceitar todas a facetas que a outra pessoa me apresenta? Poderei aceitá-la como ela é? Poderei comunicar-lhe esta atitude? Ou poderei apenas acolhê-la condicionalmente, aceitando alguns aspectos de sua maneira de sentir e desaprovando outros, silenciosa ou abertamente? Tens medo ou sente-se ameaçado por algum aspecto dos sentimentos do outro?

Serei capaz de agir com suficiente sensibilidade na relação para que o meu comportamento não seja percebido como uma ameaça? Tens por hábito usar palavras fortes e ou ameaçadoras?
Poderei libertá-lo do medo de ser julgado pelos outros? Na maior parte das fases de nossa vida – em casa, na escola ou no trabalho – achamo-nos dependentes das recompensas e dos castigos que são os juízos dos outros. "Está bem", "Isso é mau", "Isso vale dez", "Isso vale zero", "Isso é uma boa psicoterapia", "Trata-se de uma má psicoterapia". Tais juízos fazem parte da nossa vida, desde a infância até a velhice. Pense: Uma apreciação positiva é, no fundo, tão ameaçadora como um juízo negativo, uma vez que dizer a alguém que fez bem implica que também se tem o direito de dizer que procedeu mal.

Serei capar de ver esse outro indivíduo como uma pessoa em processo tornar-se ela mesma, ou estarei prisioneiro do meu passado e do seu passado? No seu encontro com o outro, trata-o como se fosse uma criança imatura, uma aluno ignorante, como uma personalidade neurótica ou psicopata?
BIBLIOGRAFIA:

Carl. R. Rogers - Tornar-se Pessoa – Martins Fontes, 1997 - SP

Disturbios do déficit de atenção e hiperatividade


Trata-se de um distúrbio neurobiológico, diagnosticado antes dos 7 anos, podendo estender-se por toda à vida de uma pessoa. Por ser de natureza crônica, o transtorno compromete o funcionamento do ser como um todo, evidenciando-se alterações significativas na hiperatividade, impulsividade e desatenção.

A origem do transtorno ainda não é plenamente conhecida. Porém, estudos recentes utilizando-se da técnica de neuro-imagem, revelaram uma atividade cerebral diminuída no córtex pré-frontal, especialmente no lado direito do cérebro e de igual forma nas regiões mais profundas ligadas ao lobo frontal. Outras possíveis causas são: uso abusivo do álcool ou do fumo pela mãe durante a gravidez e ainda quando a criança tem um baixo peso ao nascer.

Hiperatividade: trata-se de um aumento da atividade motora e pode manifestar-se por inquietação ou remexer-se na cadeira. Quando criança ou adolescente, os professores descrevem que ela não permanece sentada na carteira, mexe com um ou com outro sem controle e fala muito. Quando forçada a ficar sentada, passa o tempo todo batendo os pés, mexe com as mãos ou acaba adormecendo. Dificilmente interessa-se por brincadeiras em que tenha de ficar quieto. Sua maior diversão é de estar sempre correndo, subindo e descendo obstáculos inimagináveis e perigosos. Por vezes, sentar-se para comer é um verdadeiro desafio. Assistir a um programa de TV, ler um livro ou revista, são coisas impraticáveis para esta criança. No adolescente ou adulto as evidencias subjetivas são, sensação de inquietação, ou estão sempre ocupados com alguma coisa, quase não conseguem parar. Descansar para essas pessoas, é uma palavra que não existe no seu vocabulário. Varias atividades são iniciadas, sem contudo, serem concluídas.

Impulsividade: é uma deficiência no controle dos impulsos, ou seja, a pessoa responde automaticamente, sem reflexão, aos estímulos. Por exemplo: ao ver alguma coisa apetitosa, quer de imediato possuí-lo. Se alguém a incomoda ou à agride, a resposta imediata é o revide. Em geral as reações impulsivas, surgem de supetão, sem pensar e quase sempre acontece antes de o interlocutor terminar de elaborar a pergunta. A característica predominante da impulsividade é a impaciência, tem dificuldade para esperar a sua vez. Com frequencia se intrometem nas conversas alheias e nunca obedecem filas. Quando adultos, na direção de um carro, estes se constituem um verdadeiro perigo. No transito, são impacientes, ultrapassam perigosamente, avançam sinais e querem sempre chegar rápido. Outras evidências aparecem no comer compulsivo, no comprar por impulso, nas decisões precipitadas ou nos relacionamentos conturbados. Tanto nas crianças, quanto nos adultos, as reações impulsivas aparecem de forma explosiva e expontânea, dizem o que lhes vêem à mente. Embora, pouco depois se arrependem e tratam a outra pessoa como se nada tivesse acontecido, não guardando raiva ou ressentimento.

Desatenção: existe uma na falha na atenção e pode aparecer de diversas formas. Por não conseguir concentrar-se por muito tempo em um único assunto, acaba esquecendo rapidamente o que começou a fazer. Por exemplo: ao iniciar a leitura de um livro ou um artigo qualquer, na metade da página não consegue lembrar-se do que acabou de ler. Até mesmo numa conversa, são incapaz de continuar por longo tempo e esgotar um assunto. Enquanto estudante, cometem erros tolos, em matérias que seguramente eles dominam, mas que na hora da prova ficam extremamente desatentos. Em outras situações estas pessoas reagem indiscriminadamente a qualquer estímulo. Sua mente parece não filtrar adequadamente, assuntos prioritários ou relevantes. Por exemplo: quando numa sala de aula, basta passar alguém no corredor ou presenciar um ruído externo ou interno, para que fique perdido em relação ao que o professor está falando. Quando alguém lhe passa um recado, esquece-o de imediato. Mas se perguntar-lhe sobre o recado, lembra-se rapidamente. Isso indica que a memória da pessoa está preservada, mas por desatenção, não consegue lembrar-se no momento em que a situação exige. Isto também ocorre nas situações do dia-a-dia. Outro exemplo: quando se desloca de uma parte da casa para outra, afim de pegar algo, ao chegar lá não consegue lembrar-se do que foi procurar. Igual acontece, quando está pensando em dizer alguma coisa e logo a seguir não tem a menor idéia do que iria dizer.

A pessoa com DDA/H costuma ser desorganizada. Com freqüência perde, ou não sabe onde colocou, objetos como: canetas, óculos, livros, chaves, telefone celular e outros. Bem depois, estes objetos são encontrados em locais impensáveis, em razão de sua distrabilidade.

Alguns casos de DDA/H são diagnosticados com a ausência de hiperatividade, ou seja, todas as situações de desatenção exposta acima, farão parte do quando clínico. E mais, ... a criança se mostrará quieta, calada, introvertida, por vezes tímida e até obediente, mas vive desatenta, não se concentra em quase nada do que está fazendo ou do que deveria fazer. As pessoas a descrevem como se estivesse no mundo da lua. Estas pessoas com DDA/H com predominância da desatenção, são vistas por professores ou pais, como preguiçosos, tímidos ou sem talentos para os estudos.

O DDA/H pode ser tratado considerando-se os seguintes aspectos: conhecimento do transtorno, medicação adequada e acompanhamento psicológico. Paciente, familiares e professores precisam envolver-se no processo do tratamento. Os medicamentos mais usados e que produzem os melhores resultados são: estimulantes (Ritalina, metilfenidato); antidepressivos(Pamelor, Tryptanol, Tofranil, Anafranil, Bupropion) anti-hipertensivos( Clonidina - atensina). Convém ressaltar que toda medicação, em geral apresenta efeitos adversos e portanto, deve ser administrada pelo médico de sua confiança.

Com o acompanhamento psicológico, o paciente aprenderá a conhecer melhor o DDA/H. Reconhecerá como aprendeu a pensar inadequadamente, a partir da sua experiência com o transtorno e sua vivência no círculo familiar e escolar. Aprenderá estratégias práticas que o habilitarão a lidar com o DDA/H e assumir eficazmente seus compromissos.
BIBLIOGRAFIA:
DSM - IV - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - 4 Edição - ARTMED - 1994
Jorge Samaritano Fortes da Silva
Psicólogo Clínico: CRP 07/12934

18 agosto, 2006

Ansiedade de separação

O que é a ansiedade de separação?

A característica essencial do Transtorno de Ansiedade de separação é a ansiedade expressiva envolvendo o afastamento de casa ou de figuras importantes de vinculação. A perturbação deve durar pelo menos 4 semanas e iniciar antes dos 18 anos.

Quais são as causas da ansiedade de separação?
Não se conhecem as causas para este distúrbio. No entanto, observa-se que as crianças ou adolescentes com transtorno de ansiedade de separação, tendem a vir de famílias muito unidas ou forte vinculação com um dos genitores. Acontecimentos estressores, também poderão precipitar a doença, quais sejam: morte de um parente ou animal de estimação; doença em um filho a ou parente; mudança de escola, mudança para um novo bairro. Em geral, o transtorno se manifesta entre parentes biológicos de primeiro grau, e talvez mais freqüentemente em filhos de mães com Transtorno de pânico.

Como se comporta uma criança ou adolescente com transtorno de ansiedade de separação?

Os comportamento mais evidentes são: choro, gritos e expressões de medo, em especial quando uma das figuras de vinculação afetiva (em geral a mãe) afasta-se ou refere que irá se ausentar. Dificuldade para realizar tarefas normais do dia-a-dia, sejam na escola, ficar na casa de amigos, ir à excursões e, até manter hábitos de sono normais. Quando longe de casa e separadas dos pais (ou da figura de maior vinculação) , precisam insistentemente saber do seu paradeiro ou manter contatos constantes, como por exemplo, através de telefonemas repetidos. Na companhia dos seus pais, são excessivamente meticulosas, educadas, obedientes e ávidas para agradar
Dos 13 aos 16 anos, poderá haver recusas constantes de ir a escola, exibindo expressões de sofrimento, com muitas lágrimas e queixas físicas.

Como pensam as crianças ou adolescentes com transtorno de ansiedade de separação?

Pensam e acreditam que alguma coisa ruim poderá acontecer a si mesma ou aos seus pais. Acreditam que não podem ficar longe dos seus cuidadores, pois sentem muito medo, e este será um sinal de que alguma coisa ruim se aproxima. Pensam que poderão perder-se dos seus pais ou figura de maior vinculação afetiva, e jamais encontrá-los novamente. Grande parte dos seus pensamentos envolvem conteúdos de morte ou medo de morrer.
Quais são os sentimentos de uma criança ou adolescente com transtorno de ansiedade de separação?

Sentimento de extrema saudade, quando longe dos pais. Medo irrealistico da perda. Experimentam no seu íntimo, raiva, tristeza, apatia, sentimento de culpa e de abandono. Ansiedade real ou imaginária, são experimentados, frente a realidade ou possibilidade de ficar longe dos pais ou da sua casa.

O que sente a criança ou adolescente com transtorno de ansiedade de separação?

- Sentem muito medo quando longe dos pais, ou frente a esta possibilidade;
- Sentem saudade extrema, quando longo dos pais; muitas vezes manifestando-se em febre, diarréia, vômitos, etc.;
- Sentem necessidade constantes de carinho e atenção da parte dos seus pais.
- Sentem-se desanimadas, incompreendidas ou rejeitadas, quando longe dos pais.

Quais são os critérios de diagnóstico mais completos para o transtorno de ansiedade de separação?

- Sofrimento excessivo recorrente frente à ocorrência ou previsão de afastamento de casa ou de figuras importantes de vinculação;
- Preocupação persistente e excessiva acerca de perder, ou sobre possíveis perigos envolvendo figuras importantes de vinculação;
- Preocupação persistente e excessiva de que um evento indesejado leve à separação de uma figura importante de vinculação ( por ex.: perder-se ou ser seqüestrado)
- Relutância persistente ou recusa a ir para a escola ou a qualquer outro lugar, em razão de medo da separação;
- Temor excessivo e persistente ou relutância em ficar sozinho ou sem as figuras importantes de vinculação em casa ou sem adultos significativos em outros contextos;
- Relutância ou recusa persistente a dormir sem estar próximo a uma figura importante de vinculação ou pernoitar longe de casa;
- Pesadelos repetidos envolvendo o tema de separação;
- Repetidas queixas de sintomas somáticos (tais como cefaléias, dores abdominais, náusea ou vômitos) quando a separação de figuras importantes de vinculação ocorre ou é prevista.

BIBLIOGRAFIA:
DSM-IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 4a. Ed. – Artes Médicas, 1994.
WWW. PsiqWeb.com.br

Superando a timidez


Superar a timidez e viver razoavelmente tranqüilo é uma possibilidade, desde que você compreenda os conteúdos dos seus pensamentos e esteja resolvido a modificá-los. Por experiência, você aprendeu que ficar isolado, sentindo-se solitário, deprimido, em pânico, sem pedir ajuda, restringiu sua vida a poucas atividades e convívio social, resultando em muito sofrimento. Para compreender o conteúdo dos seus pensamentos e o modo como eles influenciam nos seus sentimentos, segue uma divisão explicativa, apenas como ilustração deste fenômeno comportamental.

ASPECTOS COGNITIVOS:
Para o tímido, o centro do problema e de visão, é ele mesmo. Exige perfeição em tudo o que pensa, fala e realiza. Sempre encontra imperfeições nas suas realizações, e, em alguns casos nem sabe explicar o que seja(avaliação automática). Quando compara-se com outros, percebe-se inferior e não acredita que tenha atributos pessoais elevados. A voz da sua consciência, quase sempre é crítica, acusatória e condenatória.
Em geral, supõe que os outros estejam pensando desfavoravelmente sobre ele, criticando-o ou rebaixando-o. Acredita seriamente que as pessoas, fixam seu olhar nele, analisando-o, avaliando-o negativamente a procura de defeito. Sua atenção está constantemente centrada, nas coisas que ele acredita serem imperfeições (defeitos), tais como maneirismo ou traços de personalidade.
ASPECTOS AFETIVOS:
Devido a seu elevadíssimo grau de auto-exigência, o tímido, fortalece o seu pensar negativista, resultando em tristeza, desânimo, apatia e agressividade. Por medo de falhar, de não parecer ridículo ou tolo, desenvolve uma ansiedade que dispara seus batimentos cardíacos, sentindo-se sufocar. Sente-se infeliz e inferior em relação as outras pessoas. Sente-se incapaz de alcançar e manter o seu elevado padrão de moral e comportamentos auto-impostos. Insatisfação constante frente as suas realizações. Sempre encontra uma imperfeição no seu trabalho ou projetos.

ASPECTOS COMPORTAMENTAIS:
A pessoa tímida freqüentemente, fica embaraçada, ruborizada, com olhos aterrorizados e suor em abundância, quando está com um numero razoável de pessoas. Na maioria das vezes encontra dificuldade para relacionar-se com outros, para fazer compras ou pagamentos, para trabalhar com pequenos ou grandes grupos ou até mesmo para fazer uma refeição num restaurante. Na escola ou faculdade, prefere ficar longe dos grupos e em silêncio. Apresentar trabalhos escolares ou outra exibição pública é freqüentemente negada, e se exigida, é as custas de sofrimento e constrangimento.
Diante destes embaraços comportamentais, a pessoa, passa a limitar suas associações, compromissos e amizades. Supervalorização das realizações de pessoas significativas ou mesmo desconhecidas, muitas vezes, sem considerar aspectos relevantes. Miniminização automática, em especial, quando pessoas achegadas expressam consideração ou afeição para com ele.

COMPREENSÃO E SUPERAÇÃO DA TIMIDEZ
Os pensamentos negativos ganham força, sempre que os acontecimentos experimentados pelo sujeito reforçarem esta crença. Exemplo: A professora, sem muita percepção, disse para o Pedrinho: Você é um burro, mesmo. Nunca acerta a tabuada!!. O Pedrinho que já acreditava ser um idiota, obteve a confirmação disso nas palavras da sua professora. Na expectativa de ser avaliado positivamente pelos outros, Pedrinho fará todo empenho em superar-se, e, temendo não ser mais humilhado ou ridicularizado ficará embaraçado quando na presença de figuras de autoridade ou não. Acreditará que todas as pessoas, esperam dele, sempre bons resultados e que não poderá falhar. Poderá Supor que seus pais ou pessoas significativas, o avaliam constantemente a procura de imperfeições. Sem questionar outras possibilidades, Pedrinho, passará sua vida, tentando corresponder às expectativas que ele acredita que as pessoas esperam dele. Quando o seu desempenho não for correspondido com aplausos, elogios ou outra expressão, Pedrinho poderá sentir-se triste, inseguro e desanimado. Ou ainda mais, quando todos o aprovarem positivamente, ele ficará insatisfeito, porque ainda poderia ser melhor.
O interessante é que a pessoa tímida, atribui aos outros, o seu elevado padrão de moral e de comportamento auto-impostos. Passa a acreditar e a supor que todo mundo, irá avaliar, humilhar, ridicularizar, ou menosprezar suas ações em conformidade com sua auto-exigência.
Quando a pessoa se dá conta destas crenças irracionais, e confere aos seus pensamentos e ações outras possibilidades, a força do pensamento negativo diminui e seus sentimentos parecem ficar mais ajustados.
Se depois de uma auto-análise você ainda sentir que tem dificuldades para enfrentar e superar a timidez, o que é esperado, procure ajuda.
BILBLIOGRAFIA:
DSM – IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – Revisado
Salkovskis, PAUL M. – Fronteiras da Terapia Cognitiva – Casa do Psic. POA, 2005

Alcoolismo


Uma prática muito comum do nosso convívio social é o uso de bebidas alcoólicas. Ela está presente em diversos grupos sociais, e quase sempre é lembrada desde a promoção de um grande banquete a um simples encontro entre amigos ou familiares. Para muitos, a ingesta de bebidas alcóolicas poderá significar, descontração, encorajamento, liberação, confraternização, sensação da tonturinha, etc. Embora pareça não ser danosa a maioria da população, quando ingerida em doses moderadas, como é possível avaliar-se entre ser um abusador e um dependente do álcool?

Os critérios diagnósticos que definem um abusador, caracterizam-se essencialmente por um padrão de comportamento repetitivo relacionado a ingesta de bebida alcoólica, apesar dos prejuízos evidenciados. Os seguintes aspectos ocorrem num período de 12 meses e causam sofrimento significativo:

1. Uso recorrente da substância resultando em um fracasso em cumprir obrigações importantes relativas a seu papel no trabalho, na escola ou em casa. (por ex: ausências, expulsões ou fraco desempenho ocupacional ou escolar. Negligência dos filhos, do cônjuge e dos afazeres domésticos);
2. Uso recorrente da substância em situações nas quais isso representa perigo.(por ex: dirigir um veículo ou operar uma máquina);
3 Problemas legais recorrentes relacionados ao uso da substância. (por ex: detenções por conduta desordeira);
4 Uso contínuo da substância, apesar de problemas sociais ou interpessoais. (por ex: discussões freqüentes com o cônjuge, referente ao uso da bebida. Lutas corporais e ou disputas violentas com colegas de trabalho ou vizinhos).

Um ou mais destes aspectos, indicam que a pessoa está a caminho de ser um dependente do álcool. Precisa de ajuda especializada para obter uma compreensão dos fatores que o induzem ao uso.
Em contrapartida, o dependente do álcool, ou outra substância, caracteriza-se em especial por um padrão de comportamento repetitivo, apesar dos prejuízos cognitivos, comportamentais e fisiológicos. Resultando em tolerância, abstinência e compulsão ao uso da substância.
Quando três ou mais dos seguintes critérios estiverem presentes num mesmo período de 12 meses, o bebedor compulsivo precisará de ajuda:

1. Tolerância: Necessidade de quantidade progressivamente maiores da substância para adquirir o efeito desejado;
2. Abstinência: Desconforto e sofrimento físico ou psicológico, resultante da falta ou redução da substância em uso;
3. A substância é freqüentemente consumida em maiores quantidades ou por um período mais prolongado.
4. Fracasso no controle do uso da substância.
5. Longo tempo é gasto em atividades necessária para a obtenção da substância.
6. Importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância.
7. O uso da substância continua, apesar da consciência de se ter problemas físicos ou psicológicos persistentes e recorrentes.

Conclui-se portanto que, apesar da aceitação social e da facilidade na obtenção de bebidas alcoólicas, esta poderá causar sérios danos a saúde física ou emocional quando a ingerida sem controle. E mais, a distância entre um abusador e um dependente químico é ínfima, e negar ou minimizar o problema é outro indicativo dos prejuízos.

Auto-conhecimento e pleno controle dos pensamentos, freqüentemente resultam em comportamentos mais saudáveis e estáveis.
BIBLIOGRAFIA:
DSM – IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - Revisado

Depressão


1. O que é depressão?
A depressão é uma doença que se caracteriza por afetar o estado de humor, as emoções, os pensamentos, o comportamento e a saúde física de uma pessoa, resultando num predomínio anormal de tristeza.

2. Quais são as causas da depressão?
As causas da depressão é multifatorial. Eis alguns fatores conhecidos:
- Estressores psicológicos, interpessoais, biológicos e ambientais;
- Experiência de separação precoce na infância criam uma sensibilidade neurobiologica ao abandono;
- Eventos dolorosos como separação ou perdas, reais ou imaginárias; (pode sensibilizar receptores da serotonina, no cérebro);
- Percepção de uma discrepância entre expectativas idealizadas e a realidade pode precipitar a depressão;
- Conflitos interno ocasionados por eventos anteriores na vida podem aumentar a carga de estresse;
- Estilo de vida;
- Acontecimentos vitais: crises, climatérico, crise da meia idade, etc.

3. Sinais e sintomas da depressão:

Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiverem presentes durante o mesmo período de 02 semanas e representam uma alteração a partir do funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda do interesse ou prazer.Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias indicado por relato subjetivo (por ex.: sente-se triste ou vazio) ou observação feita por outros ( por ex.: chora muito). Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável.

- Interesse ou prazer assentuadamente diminuídos por todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias ( indicado por relato subjetivo ou observação feita por outros).
- Perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta ( por es: mais de 5% do peso corporal em 1 mês), ou diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias. Nota: Em crianças, considerar falha em apresentar os ganhos esperados.
- Insônia ou hipersonia quase todos os dias.
- Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias ( observáveis por outros, não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento)
- Fadiga ou perda de energia quase todos os dias.
- Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada, (que pode ser delirante) , quase todos os dias (não meramente auto-recriminação ou culpa por estar doente).
- Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita por outros).
- Pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer) , ideação suicida recorrente sem plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.
4. Tipos de depressão:
Depressão maior: este tipo de distúrbio de humor dura mais do que duas semanas e requer que se manifeste todos os critérios já considerados (sinais e sintomas);
Distimia: trata-se de uma depressão mais prolongada e menos incapacitante. Dura no mínimo dois anos e geralmente mais do que cinco. O paciente manifesta alguns dos sinais e sintomas considerados, mas sem grandes prejuízos significativos para sua vida produtiva. Está pré-disposto a desenvolver uma depressão maior.
Transtornos de adaptação: trata-se de uma manifestação dos sinais e sintomas depressivos, resultantes da perda de um ente querido, ao receber um diagnóstico de uma doença debilitante, ao perder o emprego, etc. Em geral as pessoas conseguem superar com bom êxito estes eventos, outros, apresentam estes sintomas como resposta a situações e eventos percebidos como insuportáveis ou estressantes.
Transtornos bipolar: são episódios recorrentes de depressão e elação (euforia) que são característicos do transtorno afetivo bipolar. Na fase eufórica o paciente tem suas faculdade de juízo comprometidas, resultando em tomadas de decisões imprudentes. Exibe-se um aumento na produtividade, criatividade, aceleração dos pensamentos, aumento de energia, agitação psicomotora, etc.
5. Psicodinâmica:

A pessoa tem um sentimento de perda real ou emocional. Sente uma profunda perda da auto-estima, acompanhada de auto-acusação e culpa, que poderá ser entendido como um sentimento de raiva voltado para dentro. Possui um senso crítico muito severo consigo mesmo. Poderá culpar-se porque talvez tenha direcionado um sentimento de agressividade para pessoas significativa. É provável que tenha havido uma falha na infância em introjetar a figura de pessoas boas (poderá ser constado pela história de vida da pessoa). Entristece-se, culpa-se e se auto-deprecia por ter perdido essas figuras boas (no imaginário) Espera desenvolver um padrão de comportamento altamente elevado: ter valor e ser amado; ser forte e superior; ser bom e amoroso (nem sempre consciente para o paciente). A depressão surge quando percebe-se incapaz de atingir este padrão. Como resultado sente-se desamparado e sem poder.
6. O que sente a pessoa deprimida?
Muito freqüentemente os indivíduos deprimidos sentem-se tristes e desamparados, desanimado ou abatido. Muitas pessoas com depressão, contudo, negam a existência de tais sentimentos, que podem aparecer de outras maneiras, como um sentimento de raiva persistente, ataques de ira ou tentativas constantes de culpar os outros, ou mesmo ainda com inúmeras dores pelo corpo, sem outras causas médicas que as justifiquem. Pode ocorrer também acentuada perda de interesse por atividades que antes eram capazes de dar prazer à pessoa, como atividade recreativas, passatempos, encontros sociais, prática de esportes. Tais eventos deixam de ser agradáveis. Geralmente a alimentação e o sono se alteram, podendo haver diminuição ou aumento do apetite, resultando em perda ou ganho de peso. Quanto ao sono, poderá ocorrer insônia, dificuldades para se começar a dormir, ou acordando no meio da noite, bem como acordando mais cedo do que o habitual. São comuns ainda a sensação de diminuição de energia, cansaço e fadiga, que não são justificáveis por algum outro problema físico.
7. Como são os pensamentos da pessoa deprimida?
Os pensamentos mais freqüentes são: não tenho valor, sou culpado por tudo que deu errado; sou mesmo um fracassado; as coisas do passado poderiam ter sido melhores se eu tivesse agido assim...; não consigo pensar direito; não estou conseguindo me concentrar; não consigo decidir neste caso; não vejo saída para as coisas, o melhor é morrer ...? Eu sou mesmo um miserável, tudo sai errado, eu não sirvo para nada, vou dar cabo da minha vida ... ; ninguém me entende; as pessoas não fazem as coisas certas; o mundo é muito ruim; as pessoas são egoístas; Acredito que ele/ela não está bem por minha causa; as pessoas não gostam de mim, então eu não tenho valor ...; não quero ser um peso para minha família, o melhor é acabar com tudo .... quem irá se importar?. O enfermo acredita nestes pensamentos, fortalecendo-os com o tempo, supondo ser impossível modificá-los.
8. Ajude a si mesmo:

- Procure ajuda especializada;
- Compreenda a origem dos seus pensamentos negativos e automáticos crenças e suposições irracionais, substituindo-os por pensamentos mais realísticos e adaptados; (em geral, eles estão relacionados as suas experiências pessoais e expectavas irracionais);
- Não estabeleça metas incansáveis e nem assuma muitas responsabilidades extenuantes;
- Estabeleça prioridades e faça apenas o que puder e do modo que for possível;
- Não espere mais de si mesmo, isto só aumentará o seu sentimento de fracasso;
- Procure ficar com outras pessoas, geralmente é melhor do que ficar sozinho;
- Participe de atividades que possam fazer você se sentir melhor;
- Pratique exercícios. Caminhar é um excelente anti-depressivo natural;
- Participe de atividades sociais ou religiosas;
- Tenha uma alimentação rica em: frutas, legumes e verduras;
- Não se preocupe excessivamente se o seu humor depressivo não melhor de imediato. Conte com as recaídas.
- Não tome decisões importantes, no período depressivo;
- Empenhe-se tanto quanto lhe for possível no seu tratamento.
9. Ajudando o deprimido
- Incentive e busque ajuda especializada, juntamente com a pessoa deprimida. Dê-lhe encorajamento para aderir e manter o tratamento, até que os sinais e sintomas depressivos desapareçam;
- Ofereça apoio emocional. Isto envolve demonstrar compreensão, paciência e encorajamento. Procure conversar com a pessoa deprimida e escute-a com atenção. Não menospreze os sentimentos expressos, porém chame a atenção para a realidade e ofereça esperança. Assegure-lhe que os seus pensamentos negativos são conseqüências e manifestações da doença.
- Convide a pessoa deprimida para caminhadas, passeios e atividades. Insista delicadamente se seu convite for recusado. Encoraje-o a participar em atividades que anteriormente lhe proporcionavam prazer, como passatempos, esportes, atividades culturais ou religiosas, porém, não a force a assumir rapidamente muitas responsabilidades de uma vez. O deprimido necessita de distração e companhia, porém, cobrar demais dele pode piorar-lhe o sentimento de fracasso.
- Não acuse o deprimido de se fingir de doente ou de ser preguiçoso, nem espere que ele melhore de uma hora para outra. Com o tempo e tratamento adequado, a maioria das pessoas com depressão melhoram. Tenha isso em mente e procure reafirmar à pessoa deprimida que, com o tempo e ajuda, ela se sentirá melhor.
"O importante não é vencer todos os dias, mas lutar sempre. A honra não consiste em não cair nunca, mas em levantar cada vez que se cai".

Bibliografia:
Beck, ARON T. – Terapia Cognitiva da Depressão – Artmed – POA, 1997;
Gabbard, GLEN O. – Psiquiatria Psicodinâmica – POA, 1998;
DSM – IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – Revisado